domingo, 30 de dezembro de 2012

QUIMERAS


QUIMERAS

Só um reflexo do antigo olhar
beija meu rosto.
A antiga certeza
deslizou com a chuva nos telhados.

O anseio por ternura
pisa em câmera lenta sobre um vidro opaco
e deixa um rabisco que ainda respira
à custa da pouca luz que o jardim conserva
entre o seu perfume e o chão.

Hoje ainda converso com as estrelas,
sobre o percurso que as motiva
e indago sobre o brilho que move a noite
depois da breve correnteza do luar.

E o que ouço não altera o meu trajeto
emoldurado pela tarde densa e pouca.

A noite volta escura e desfolhada
e dita versos perdidos, perdidos de mim.

Basilina Pereira

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