quinta-feira, 18 de setembro de 2008

PREVISÃO DO TEMPO

PREVISÃO DO TEMPO Hoje o meu coração amanheceu com cheiro de chuva. Olhando pela janela vejo nuvens furta-cores e sinto um vento brando sussurrando edelvais, enquanto o orvalho sinaliza: primavera! No ar: prenúncio de tempo bom lá pros lados da emoção, a razão também promete: equilíbrio, passo certo e alegria. À frente, a estrada nova diz que vida é este instante... Quanto vive a borboleta? Acaso é menos fascinante? Na memória sopra a brisa salva o amor que ainda desliza pelos campos da saudade. Abro os braços num sorriso é tudo de que preciso pra cantar com os rouxinóis. Basilina Pereira

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Com meu carinho e votos de uma boa tarde e boa noite. RANHURAS Olho para esta tela desbotada e me pergunto onde foram parar as cores que já brilharam ao encanto do sol em tonalidades soberanas e lúdicas como qualquer aquarela tropical. Do vermelho, resta um leve tom dourado quando os olhos castanhos voltam de sua jornada reminiscente.... O verde desfez-se na esperança que,cansada, esmaeceu em saudades. O azul, o amarelo e o lilás perderam-se nas vertentes, sucumbiram-se às ausências, desfizeram-se em prantos e desencantos. Hoje tento avivar esses tons pastéis que o tempo modelou em minha alma. A tela exibe ranhuras e há cicatrizes na moldura, mas resta um suave tom de rosa registro silencioso que fugiu de uma canção. Basilina Pereira

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

POEMETO DO CAMINHO

POEMETO DO CAMINHO
Hoje o meu passo foi incerto. O caminho? Quem disse que era perto? Nuvens escuras a prenunciar tempestades e meu coração quer a verdade... livre das chagas de então: só minha imaginação, outro risco na memória e uma nova trajetória. Basilina Pereira

EU SÓ QUERIA DIZER

EU SÓ QUERIA DIZER... Eu só queria dizer que te amei e se quiseres saber por quê? não sei. Não perguntes aos ponteiros do relógio por que ele gira em maratona sem pódio. Vendo a noite grudada na parede bebi teu hálito em frenesi de sede e contando estrelas até o amanhecer pintei a vida, o amor que eu queria ter. Amei-te entre a harmonia e o descompasso palmilhei cada centímetro deste laço que prendeu minha afeição:prisão perpétua, fez meu coração girar como um atleta enquanto a tarde martelava no vazio... - Por que resisto a esse sopro tão frio? Porque o amor, em si, não sabe a hora de fechar a porta e ir embora. Basilina Pereira
VITÓRIA DA SAMOTRÁCIA Dize-me, estátua guia, se cantas ou choras enquanto teus pés tateiam, à procura de um verso flutuando no universo e um caminho, que nunca chega. Conta-me que deus louco te plantou asas ...sem cabeça. Fala-me das coisas que deixaste de ver, dos perfumes que não sentiste, da música, do sonho e dos sabores imaginários. Confessa-me, pássaro cego, mágico encantador de almas, acaso escolheste a liberdade? Basilina Pereira

terça-feira, 2 de setembro de 2008

OUTROS MOTIVOS DA ROSA

OUTROS MOTIVOS DA ROSA Ser rainha do canteiro não é seu fito primeiro nem a mais bela das flores que dita versos e amores. Ser rosa é vencer o espinho correr por tênue caminho, ser luz que enfeita a manhã com cor e tom de artesã. Vejo ainda outros motivos: uma brisa, um ar furtivo, um caminho de perfume que, qual flecha, acende o lume das estrelas que, apagadas, choram, querem ser amadas, pela lua e seu clarão numa noite de verão. Ser rosa é não ter vazio, vencer o outono e o frio do inverno e, de alma nua, desabrochar em plena rua. Basilina Pereira

O LAGO

O LAGO No espelho das águas, a imagem ilusória da minha face. O silêncio de veludo recusa: o pensamento perdido, a desilusão das flores, a felicidade remota... A solidão pode ser boa companhia bastam: um lago, muito verde e a contemplação. Basilina

POEMA DE LUZ 2

POEMA DE LUZ 2 Corais, anêmonas, cantai! que o tempo ainda vige e a noite conserva o brilho do sol. As cores permanecem morenas e os homens ainda se apaixonam. Cantai, que mundo é sábio... Vem o verão e derrete os fantasmas e conserva as pétalas e proclama o império da luz, em um sorriso. Basilina Pereira