sábado, 29 de dezembro de 2012


ABISMO NO OLHAR

Ainda hoje me lembro da expressão ferida,
relâmpagos numa favela esquecida,
numa noite sem defesa.
Quem poderia vislumbrar?
Acaso ou descaso?
Uma cascata de lama engoliu barracos 
e os inocentes em seu sono.
 Silêncio esmagado...
e a chuva, cobrindo os olhos alagados
de uma mãe que chegara atrasada
e, atônita, incrédula, 
não sabia o que fazer 
daquele abismo no olhar.

Basilina Pereira

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