Há o tempo de germinar e nascer,
contar estrelas até o amanhecer,
sair da casca, vencer o sol e buscar
um grão de lua neste universo sem par.
Há o tempo de ser rosa e encantar,
atrair os beija-flores pra bailar,
em seguida, ser a chuva no jardim
e desenhar um arco-íris sem fim.
Há o tempo de ser o toque da brisa
e afagar o coração de quem precisa,
contagiar-se com perfume do jasmim
e espalhar aos homens mesmo assim.
Há o tempo de ser estrela e brilhar,
correr atrás do sonho até chegar,
depois plantar a noite num sorriso
às margens do caminho mais preciso.
Há o tempo de ser nuvem e novelo,
metamorfoses sem raízes, só desvelo,
a fluidez é onda ao sabor do vento
que logo passa e nunca deixa lamento.
Há o tempo de ter calma e esperar
que a ferida cicatrize, devagar,
não se vê estrelas antes do crepúsculo
e a mágoa faz o coração minúsculo.
Ao final existe o tempo de partir,
nada é seguro se não há pra onde ir,
tudo se aprende e
também muito se ensina
tempo vivido é Fênix, nunca termina.
Basilina Pereira
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