sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

BEIJO ASSOPRADO

BEIJO ASSOPRADO Inda hoje me lembro... Nossos vultos pisando sonhos, falando ao vento na encruzilhada, olhos perplexos, frases sem nexo, que só nós entendíamos com o olhar... Aquela música assobiada do filme que não vimos, mas ouvimos falar, a emoção contida, a vislumbrar dias futuros, atrás dos muros de nossa ingenuidade. O contorno da praça ainda pergunta pelos passos que sumiram nas curvas da vida, a espera do abraço, que nunca veio. E aqueles silêncios...tão eloqüentes! Só maculados pelas batidas de nossos corações. Lembranças rasgadas...estrelas apagadas... Foi tudo que restou, além de um único beijo – assoprado. Basilina Pereira

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

A PERGUNTA

A PERGUNTA De letras mortas e mal pintadas junto pedaços de quase nada. São marcas vivas, flama do tempo, que como espumas sumiu no vento. Por mais que sofra esboço um canto faço a pergunta que queima o pranto: tantos caminhos por onde andei por que motivo não te encontrei? Penso nos dias de devaneios, penso nos meses - o sol não veio. Restam os anos, rugas, espantos, tantos enganos só não sei quantos. A tarde é calma chama a poesia, só uma imagem me desafia... Basilina Pereira

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

QUASE POESIA Em algum lugar as horas esperam. Há um canto querendo nascer pra colorir a manhã de orvalho. Em algum lugar as pedras choram. Os homens não perceberam que o paraíso é aqui, o seu tempo é hoje, agora, e a flor é quase poesia.
Basilina Pereira