terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O TRAÇADO

Amanheço outra a cada dia,
vestida de ontem e repleta de amanhã.
Estranho um pouco o silêncio e o escuro,
essa ausência anunciada que me beija os pés
e convida as mãos a traçar uma órbita distinta
capaz de sobrevoar as lembranças
e decompor os mistérios
que se fizeram sonhos no meio da noite.
Lembro-me de que tenho raízes, folhas e frutos
... e flores para acomodar nas reentrâncias da alma.
Daqui a pouco será NATAL:
ja vejo luzes nascendo repetidas,
prontas para o voo digital e suas minúcias.
Nessa hora, eu quero ainda os vaga-lumes
e a inocência dos dias
que se repetiam sem os cataclismos de agora.

Basilina Pereira