domingo, 23 de dezembro de 2012


OUTONO NO PARQUE

Meu outono confunde-se com o parque.
Sentimentos pisam o tapete dourado,
aquele chão bordado de folhas,
que, no porta-passos da emoção,
tenta descobrir por que há tantos lugares vazios.
As árvores só observam.
E meus pensamentos voam atrás das palavras
ou traços de lembranças
de uma paixão que viu tremerem aqueles bancos
que hoje repousam sob um amarelo-esquecido,
como se não fosse descendente do sol.
E a quietude do ar se mescla a minhas lembranças.
Inverto o olhar...
Tento descobrir sob a minha pele
  uma última flor derramada do verão,
uma única flor...
que possa exalar seu perfume
e reviver algum momento de emoção.

Basilina Pereira

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