sexta-feira, 29 de maio de 2015

DISTÂNCIAS

Por algum tempo tudo é eterno
na paralela que se equilibra
sobre a ternura e o calor das mãos.
Por algum tempo o horizonte é o ponto de encontro
entre a magia e o sentimento,
um lugar de repouso onde o poema está a salvo.
Mas o que dizer da aurora que acorda sob espessa bruma,
das noites mergulhadas na insônia,
da febre que corrói a carne
e cala os sonhos que badalavam?
O tempo, em seu casulo de silêncio,
não canta nem chora,
mas desenha caminhos onde as distâncias
só são vencidas pelo amor.

Basilina Pereira

quinta-feira, 7 de maio de 2015

UM POUCO DO QUE É SER MÃE

Se eu não fosse mãe
por certo não saberia...não,
com certeza não saberia:
o que é amor incondicional
e o que é nunca estar pronta para a missão mais importante.
Se mãe eu não fosse,
não entenderia o que é ser plena na insegurança,
nem poderia transcender...
que o limite desse elo é o infinito.
Quando o corpo se desdobra em outras vidas,
é que alma foi enfim multiplicada.

Basilina Pereira

domingo, 3 de maio de 2015

SEM MEDIDA

No segredo da noite desfolho a imaginação,
libero as sensações que brotam sem censura,
escorrem por dentro da pele,
até desaguarem num louco poema.
Pode ser que suas letras nunca se ajustem,
que o verso não atinja a medida certa,
mas o que dizer da rima que me traz
o calor da sua mão?

Basilina Pereira