terça-feira, 7 de abril de 2015

POEMA MATINAL

Assim: do nada,
o silêncio vai assoprando
as imagens que brotam da lembrança.
O pensamento corre tão célere que, a custo,
as palavras encontram a roupagem que vestem.
No compasso das horas, a manhã sonolenta
vai descobrindo cores risonhas,
cuidando para que tons acres
não se sobreponham à curva do sorriso.
A película entre um minuto e outro é a medida certa:
ao olhar duas vezes para o mesmo ponto,
a luz se mostra com mais clareza.


Basilina Pereira

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