domingo, 12 de abril de 2015

O RESGATE

Ainda me ardem esses passos vampiros
que balançam o solo das palavras.
No meio das pedras, por entre a poeira,
o som que cai é amarelo
e por isso o crepitar das folhas.
As árvores nuas esperam a chegada das respostas
que estão perdidas em alguma estação passada.
Sim, é outono.
A primavera foi sequestrada pelo vento de agosto
que exige, por resgate, verdes tardes de poesia.

Basilina Pereira

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