Um vento rebelde sopra palavras de todas as cores,
descasca os acordes no viés da tarde
e respinga respostas sem berço e sem eco,
neste descampado onde as perguntas
ainda esperam para nascer.
Quero canalizar esses sons na retina,
emoldurá-los na raiz do sentimento
e depois (quem sabe)
replantá-los num viveiro de poesia.
E quando o sol me chamar mais uma vez à janela,
talvez eu possa acreditar nessa luz que me aquece,
nos pingos que desenham o arco-íris
e entender o sentido de tantas coisas
que ainda vagam à procura do ninho.
Basilina Pereira
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