O LIMITE
No meu anseio ainda é véspera.
A palavra arde no hemisfério da boca
como a esperança de ré.
Há uma múmia crucificada,
alimentando meus medos
e minha bússola se fragmenta
em arroios indefinidos.
Quero juntar pedaços,
chegar ao cerne,
apagar a flama da luz
que ofusca o brilho das estrelas,
mas só há fragmentos.
O percurso escorre sem direção
e meu olhar desfocado
procura o fogo ancestral
pra descobrir o limite
entre o espinho e a flor.
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