DUELO DE SONHOS
Uma nuvem de chumbo anuncia:
chuvas na orla do pensamento
e, na superfície, muitos anseios
querem sol e a luz do dia.
No céu, eclipse lunar.
Aqui, um duelo de sonhos
atropela signos abstratos
e a poesia, surpresa, colhe
a realidade efêmera do mundo:
tantas cores, diversos
valores,
instantes vazios, calafrios,
sentimentos, delitos isentos,
o fim trágico e o recomeço.
Só a palavra viva resiste
como vestígio da têmpera
que ainda habita o porão da alma.
Em meio ao que sonho e ao que sou,
o poema acontece.
Basilina Pereira
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