quinta-feira, 8 de maio de 2014

DUELO DE SONHOS


 

DUELO DE SONHOS
 

Uma nuvem de chumbo anuncia:

chuvas na orla do pensamento

e, na superfície, muitos anseios

querem sol e a luz do dia.

No céu, eclipse lunar.

Aqui, um duelo de sonhos

atropela signos abstratos

e a poesia, surpresa, colhe

a realidade efêmera do mundo:

 tantas cores, diversos valores,

instantes vazios, calafrios,

sentimentos, delitos isentos,

o fim trágico e o recomeço.

Só a palavra viva resiste

como vestígio da têmpera

que ainda habita o porão da alma.

Em meio ao que sonho e ao que sou,

o poema acontece.
 

Basilina  Pereira

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