ENTRELINHAS
Há caminhos impossíveis
que só se vê por murmúrios
entre as palavras legíveis
vivem fonemas escuros
prenhes que são de mais letras
vindas de outros alfabetos
que buscam ver nas
retretas
a cor do som, em concreto.
Há um hiato na parede
um instante, quase nada,
entre a história que é ouvida
e aquela que é contada.
O vento que rouba a
folha
espalha cor no jardim
a flauta que toca o não
é a mesma que entoa o sim.
Nas entrelinhas da vida
moram mistérios, senões,
pra colher a margarida
há que regar os botões.
Basilina Pereira
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