A NAU DO POETA
O poeta é navegante das estrelas
vai destilando sua lágrima pelo abismo
enquanto singra pelo céu sua caravela.
Sua rota libertária é a poesia
que, a despeito do verbete e o solecismo,
em volteios ele persegue noite e dia.
No seu íntimo os anseios vêm em série
da coleira querem fuga para o verso:
único barco que não teme as intempéries.
Lá, muito além, deve haver mais segurança
entre as vogais e consoantes do universo
mas ao poeta o que não conta é a bonança.
E assim: cônscio do que achou e que perdeu,
conduz a nau em abstrato pelos ares
sem entender o que busca o outro eu.
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