SE O POETA AMA
Sou feita de sonho:
nesgas recolhidas,
imaginação,
rota percorrida
por uma canção.
Sou cheia de vida:
talhada na carne
e solta no vento,
às vezes me invadem
antigos momentos.
Pedaços eu sou:
sou noite, sou dia...
sombrios, luzentes,
colheita tardia
que salva a semente.
Sou estrada onde
a seiva amanhece,
o verso me chama
e o poema nasce
se o poeta ama.
Basilina Pereira
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