sexta-feira, 8 de janeiro de 2010


SE O POETA AMA


Sou feita de sonho:


nesgas recolhidas,


imaginação,


rota percorrida


por uma canção.


Sou cheia de vida:


talhada na carne


e solta no vento,


às vezes me invadem


antigos momentos.


Pedaços eu sou:


sou noite, sou dia...


sombrios, luzentes,


colheita tardia


que salva a semente.


Sou estrada onde


a seiva amanhece,


o verso me chama


e o poema nasce


se o poeta ama.


Basilina Pereira

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