quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
PERDAS
Vejo meu rosto se fechando na neblina
do tempo que escorre na ladeira;
os olhos se turvando, dia a dia,
pelas lágrimas que descem sem avisar.
O poente já não acende as fogueiras
e as estrelas solitárias se recolhem
ao fim da noite, sem atender aos apelos do luar.
As flores que bordavam meus olhares
quedam-se murchas, já não exalam perfumes.
Os passos lépidos da gazela em plena relva,
só marcam compassos e chamam a escuridão.
Restam-me hoje as palavras e as lembranças
que vagam soltas à procura do poema.
As noites vestem seus sussurros de mistério:
querem orvalho e o brilho dos vagalumes
e eu quero saber onde foi parar o meu brilho
que o espelho recolheu e não devolve.
Basilina Pereira
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