sábado, 9 de janeiro de 2010

DISPERSÃO



DISPERSÃO



Se me procuro, não acho,


quando me encontro não vejo


a centelha que me move.


Há uma gaveta sem fundo


que sempre me faz voar


pra onde a vida não passa


e os desejos se dispersam.


Longe da voz que demarca


o sentido das palavras,


posso ser qualquer de mim:


a que chora, a que canta


e a que nunca entendi.


Basilina Pereira

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