segunda-feira, 8 de outubro de 2007

VESTÍGIOS A tarde entra pela janela. Reflexos úmidos acompanham a brisa que instiga devaneios e se perdem entre os parcos receios de uma mente tagarela. Entrego-me à divagação... Refaço o percurso, nos campos, nos palcos: percebo fissuras nas velhas molduras que tentaram resistir ao cansaço, o velho novelo já não prende o laço, foi corroído pelo nó cego. A gangorra oscila entre a fraqueza e o poder, fios de uma mesma meada, nuances de quase nada, que, hoje, desnudam o ponto em que a magia se perdeu. Como são cruéis as lembranças: voltam, mesmo se apagadas e fogem...as desejadas. São sensações demasiado humanas, envoltas na ousadia improvável do esquecimento, poço sem fundo,de onde ressurgem, com outra roupagem, vestígios transmutados de uma alegria que a estrela da tarde não levou. Basilina Pereira

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