domingo, 21 de outubro de 2007

FENDAS

FENDAS Peles enrugadas passam perto da janela, assim como cabelos brancos e olhos sem vela. Revelam, nos passos incertos, o peso dos anos, quem sabe fendas na alma e muitos enganos. Quantos sonhos esmagados, convicção versuta, percorrendo os mesmos umbrais, mentes matutas perdidas na teia de sua própria miopia. Como matar a sede se a bilha esta vazia? Onde foram parar o viço e a esperança que um dia enfeitaram o riso criança e pontilharam de certeza os passos que hoje vagam sem saída, sem regaço... Nas fotos amarelecidas, o registro da história, fragmentos de um desafio ainda na memória, mas o trote não foi maior que a marcha e nem sempre o que o outro perde a gente acha. No passo incerto, muitas perguntas e pouco tempo pra deixar a bengala e restaurar o sentimento, pra lembrar que a vida é mariposa, é improviso. Saudades...de quê mesmo? de um sorriso.
Basilina Pereira

Nenhum comentário: