quinta-feira, 18 de outubro de 2007

UM DIA QUALQUER

UM DIA QUALQUER Quantos tropeços nossos pés suportam... Um dia qualquer perguntarão por que existem as pedras no caminho e por que na frente não vão foice e ancinho, tornando a caminhada mais leve? Quanto peso nossos ombros suportam... Um dia qualquer sentirão os reflexos e o fardo das horas vertidas no cântaro de muitas demoras, que o deserto remoto converte em sede. Quantas coisas nos fogem das mãos... Um dia qualquer buscarão a âncora para prender os sonhos numa felicidade lícita, sem sobressaltos medonhos, querendo apenas ouvir a Traviata de Verdi. Quanta amargura nosso coração consente... Um dia qualquer abrirá as comportas e expulsará as lamúrias pendentes e tortas porque sua dor chegou ao limite e a vida pede mais que um corpo na rede. Quanto coisa ainda se enxerga pelo avesso... Um dia qualquer quero reinventar a roda, fazer o amor entrar de novo na moda porque é tão mais fácil alimentar o bem, num dia qualquer e no outro também.
Basilina Pereira

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