CAMUFLAGEM
De tantos que fui, já me perdi.
Só um pária imunizado pelas erratas da vida
permanece nesse vulto chamuscado de mistério
que caminha a esmo, no ritmo da brisa.
Sem surpresa, foge do carbono de si mesmo,
aparando as arestas das palavras
que se escondem no vínculo do papel.
Silêncio branco!
É importante refazer o voo,
aprisionar o tempo de alegria...
Quem sabe um resíduo
de uma felicidade inusitada
vivida num outro tempo.
Volto ao espelho: mudo!
Nem sinal do espírito das chamas
que ousou desafiar as espadas lascivas,
a chicotear o tempo e o medo.
Quantos ainda serei?
Por minhas mãos líquidas escorre o enigma
de todas as vidas camufladas numa só.
2 comentários:
Basilina,
Vim matar a saudade que sufocava!!
Vou com a alma cheia de poesia.
Deixo um grande beijo ternurento
Clau Assi
Obrigada, querida. Muito mesmo. Adoro quando você vem. Abração.
Postar um comentário