VAGAMUNDO
Um rosto vago se alimenta
da multidão.
Anônimo,
segue seu ritmo,
como quem não tem pressa
de chegar.
Suas vontades confundem-se
entre um pedaço de conversa,
um perfume quase doce
um beijo atrapalhado.
No lodo da rua,
sua imperceptível presença derrapa,
apanha um olhar indiferente,
percebe o sorriso do mendigo,
seu gesto súplice,
aceita a mofa, dispensa o toque.
Em suas veias pulsam a noite e a solidão,
ele é só um vagamundo
que perdeu o porto
e a identidade,
mas não a lucidez,
esta sobrevive. em seu olhar.
Basilina Pereira
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