OUSADIA
Às vezes me invento poeta.
Ousadia de quem não tem medo
de turvar as primaveras.
Cometo excessos,
me rendo ao cansaço e sofro...
Vez ou outra um gesto insano
desafia aquela chuva teimosa
que molha meus pensamentos
e eu me afogo em lembranças
aprisionadas no triunfo
de uns poucos versos
insossos como a fria água partida.
Tento lustrar os vocábulos
mas o brilho está além de algumas
rimas.
Só então percebo que para o poema
florir,
há que se adubar as palavras.
Basilina Pereira
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