Olho a paisagem nova
com olhos da cor de ontem,
mas só vejo o ar inquieto
e o horizonte abstrato.
O mar grisalho navega as mesmas ondas
com a paciência dos galhos
que não têm data para florescer.
Instigada, pergunto-me:
onde buscar uma borboleta,
uma gota de orvalho,
com laivos inusitados?
Exploro arredores,
corredores sem portas,
janelas sem amplidão.
Leio livros de Sartre, Drummond e Clarice,
procurando o acervo de ternura
que possa durar além dos dias.
....
Terei que cultivar terras mais férteis
para limar meus
sentimentos?
Basilina Pereira
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