terça-feira, 9 de abril de 2013

NOITE


NOITE

Minha noite confunde-se com o oceano.
O silêncio que se esconde em meus olhos
camufla os vagalhões submersos
que se agigantam em ondas colossais.

Angústia, solidão, mágoa,
anseios, medos e dúvidas...
são as cores que cintilam entre as marolas
e se espalham com a maresia.

Lá no alto, as estrelas me desafiam
em apelos quase suicidas
por conta de um brilho antigo,
quase extinto...
que não sei mais onde guardei.

Entre as horas, minha seiva reluta.
Há um cálice mudo,
molhado ainda de amor
e um vento sutil a murmurar
que os sonhos navegam no escuro
e não deixam rastros na areia.

Basilina Pereira

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