Esperei o novo dia
como sempre eu já fazia:
ali, sentada sobre a relva,
sentindo o cheiro da terra.
A chuva encharcou meus dedos
entre os assombros e os medos,
o vento, por fim, soprou
e nenhuma estrela brilhou.
Eu fiquei ali sozinha
com a dor que era só minha
e por meus olhos de silêncio
lágrimas molharam um lenço.
Chorei ausências e mágoas
querendo a luz na gota d’água.
-É pedir muito, primavera,
ser de novo o canto que eu era?
Basilina Pereira
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