Deixar sangrar a raiva,
até esvaziar o ego.
Depois, cobrir o sonho que
vagueia,
à espreita,
como se o verbo tivesse
caído do ninho.
O chamado da vida quer
eclodir,
como a primavera em campo
sem mágoa.
Cada verso do poema é uma
seta de duas pontas:
uma voa descascando a
palavra
que um dia reverberou fora
do tom,
outra volta, renascida,
com asas de borboletas.
Basilina Pereira
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