ESTRADA
DO ESQUECIMENTO
Não
há ontem, nem hoje.
Talvez
amanhã.
Contudo,
é apenas uma miragem
bem
no fundo do espelho,
onde
as olheiras dos sentidos
desenham
formas de não saber
até
onde a imaginação e a vontade
são
capazes de produzir vibrações
para
que a alma, miúda e trêmula,
ganhe
roupagens de um depois.
A
única coisa certa é a estrada.
Essa
que não tem lonjura nem direção certa,
apenas vultos de momento, sem cor, nem forma:
um
desafio aos ouvidos do sentir.
É
sempre adiante esse caminho abstrato,
uma
escuridão a ser pisada,
para
que a mão, a voz e os sons que brotam das trevas
possam
hibernar na memória
numa
aventura de esquecimento.
Basilina
Pereira
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