segunda-feira, 7 de julho de 2014

SONETO DA ESPERA


SONETO DA ESPERA
 

Voo no tempo que não vai nem volta

preso na tarde desses sonhos meus,

sei que a alvorada está para o poente

como os meus dias procurando os teus.
 

Se permaneço nesse céu sem cores

é pelos timbres que a memória guarda,

num vale longe onde mora o nunca

talvez  o sempre prepare a vanguarda.
 

Assim meus olhos colhem na janela

o canto aflito da ave ferida

pra transformar, quiçá, em aquarela.

 
E mesmo ali sob nuvens errantes

as horas dormem qual lua esquecida

e eu pesco estrelas qual fossem diamantes.
 

Basilina Pereira

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