sábado, 5 de julho de 2014

ANTIPOESIA

ANTIPOESIA

Haverá algo mais insípido
do que embalar a saudade num dia de sábado?
Só mesmo a cantoria
daqueles insistentes pardais
que desorienta a cavalgada do sono matinal,
e ignora as arestas do tempo.
Seu trinado é feito de quase luz
como um hino talhado na harmonia.
Eles alardeiam com júbilo sua cor marrom,
o mais monótono dos tons,
que nem figura no arco-íris!
Ah! esta antipoesia de hoje
até parece uma palavra afiada no escuro!

Basilina Pereira

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