sexta-feira, 18 de julho de 2014

SEM PRESSA


SEM PRESSA
 

Em tardes maduras

o quase silêncio é desembrulhado

pelas sombras do tempo

que, por vezes, pesam

na paredes da memória.

Lembranças rasgam a solidez do pensamento

e irrompem.

Algumas consomem-se na palidez das horas,

outras reverberam em gestos minúsculos,

desgarrados de algum compartimento sem tranca

como se quisessem derramar soluços inacabados.

Sem nenhuma razão segura,

já não há mais pressa no olhar,

o desconhecido é só mais um ponto cego

que já não se esconde do medo nem da solidão.
 

Basilina Pereira

2 comentários:

Unknown disse...

Saboreando poesias, justificando minhas ausências e te convidando a comemorar o aniversário do meu blog!
Venha, alegre-se comigo!
Te aguardo para uma visita!!

beijo ternurento
Clau Assi

Basilina disse...

Obrigada, querida, alegro-me cada vez que recebo sua visita. Retribuirei, sim, com o maior prazer. Até porque ler seus poemas
é uma das coisas que me agradam muito. Bjos.