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MUROS
DE CINZA
Eram altos, pontiagudos,
prontos a devorar meus sonhos.
Eram densos, grises,
moldados pela incerteza.
E eu ali: na inocência das horas,
sendo bebida gota a gota pelo dia que não amanhece.
Ventos vorazes, como lâminas,
a rasgar-me a carne
e risos gaiatos a sinalizar o declínio da chama.
Presa apenas a um fio de esperança, pergunto:
onde ficaram meus pés?
Basilina Pereira
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