DELÍRIOS
Quisera meu coração de madrepérola
(pela filha, não por ela)
e também por sua cor – aquele brilho boreal.
Meus cabelos nasceriam de um girassol
e cresceriam em pleno meio dia;
meus pés viriam de Pégaso:
tão fluidos que seguiriam o vento
e depois se agarrariam ao solo,
no frêmito da semente.
Nos olhos, eu queria um ninho de condor
e imaginaria asas em cada sopro
que
brotasse do pensamento.
Sei que há febre em meus delírios.
Às vezes invento prelúdios tão outros
que chegam a atormentar minha lucidez,
mas vem a noite e a lua me acolhe
e em seu lume eu posso ser
tudo aquilo que fugiu de mim.
Basilina Pereira
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