sábado, 12 de abril de 2014


AS SEMENTES

 

Não há nenhum espaço vazio,

mas a inquietação ronda,

esgueira-se,

em busca de execrar o tédio.

Aquele mesmo:

inexpressivo e tenebroso,

feito das caliças da alma

e que aparece no meio da noite.

Um poema pelo avesso,

uma resposta vazia

que veio antes da pergunta.

Ter tudo e querer mais

é o mais prosaico dos anseios

que espera remissão.

Entre o riso e o pranto – o pesar

pelas sementes que não germinaram.

 

Basilina Pereira

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