terça-feira, 15 de agosto de 2017

NÓ DE FUMAÇA

NÓ DE FUMAÇA

O que são esses momentos
que costuram a respiração pelo avesso
e lembram que a vida é também nó de fumaça,
caminho sem mapa, pilastra sem chão?
De onde vem esse quebranto
que se aloja sob a pele,
sem ruído nem medida, só silêncio,
à mercê de um tempo que não vai nem volta?
Onde coloquei a aldrava, que me permitia abrir o sol
semear a alegria no canto dos pássaros,
certa de que a noite me traria o verso bordado de estrelas?
O poema está ferido e todas as rimas jazem órfãs
dos sonhos que se perderam da poesia.

Basilina Pereira

 

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