PARA HAVER POESIA
Não há poesia quando o sentimento
descarrilha,
quando a vida engole as palavras,
e o amor se esconde do fogo
na varanda onde o reboco desabou.
Poesia não há na palavra coagulada,
no verso vazio, na jarra sem flor,
no poema oco que vaga a esmo.
A poesia se reserva para os momentos
em que o espanto surpreende, encanta
e torna singular as arestas do plural.
Basilina Pereira
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