O
JUÍZO FINAL
A
Poesia sucumbiu entre a toga e a caneta.
A
Mesa, de pernas curtas e quinas despenteadas,
tatuou
um Buda cego no tampo
e
fechou a fresta que delimita
onde
o bom senso deve pousar.
O
Buda surdo, evocado às pressas,
ignorou
o apelo e protegeu seu umbigo descalço.
Ninguém,
nesse Reino, nunca viu algo parecido,
nem
nos filmes de terror,
nem
nas histórias de assombração.
No
escuro que acena mais adiante,
há
uma bandeira com os joelhos cortados
e
uma nação banhada pela incredulidade.
Basilina
Pereira
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