terça-feira, 6 de dezembro de 2016

O JUÍZO FINAL

O JUÍZO FINAL

A Poesia sucumbiu entre a toga e a caneta.
A Mesa, de pernas curtas e quinas despenteadas,
tatuou um Buda cego no tampo
e fechou a fresta que delimita
onde o bom senso deve pousar.
O Buda surdo, evocado às pressas,
ignorou o apelo e protegeu seu umbigo descalço.
Ninguém, nesse Reino, nunca viu algo parecido,
nem nos filmes de terror,
nem nas histórias de assombração.
No escuro que acena mais adiante,
há uma bandeira com os joelhos cortados
e uma nação banhada pela incredulidade.


Basilina Pereira

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