terça-feira, 23 de agosto de 2016

URGÊNCIAS




URGÊNCIAS

Não sei como domar o dia.
Ele amanhece calmo, faceiro,
espreguiça e boceja sob uma neblina indecisa,
mas depois acelera atrás do vento,
feito corcel mordido pela espora.
Tento uma ousadia qualquer,
como segurar firme o ponteiro das horas.
Que nada! Os minutos saltitam sobre a respiração
respingam chutes de urgência
e seguem velozes
como quem vai perder o próximo comboio
se não atropelar o pensamento.

Basilina Pereira

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