domingo, 7 de março de 2010

SENSAÇÕES

SENSAÇÕES



Respiro fundo


para ver se alcanço o limite


da sensação que me escapa:


essa incerteza de voz


feito o eco de um grito,


que resvala e volta sem direção.


Confundo-me no ventre da noite:


há palavras que me açoitam


como se de suas asas fossem brotar labaredas


e outras que me acariciam,


sem mais nem menos, apenas para mostrar


que a ausência de luz na face


vai refletir na cor do poema.


Então, busco um sorriso naqueles dias


em que a primavera chegou antes do tempo


e escrevo...mesmo que seja só pra dizer


que há poesia num instante de silêncio.


Basilina Pereira