sexta-feira, 9 de novembro de 2007

RETRATOS Esmaecida no fundo da memória a lembrança pálida do primeiro amor, são fragmentos de uma velha história que um dia encheu minha taça de flor. Real e contundente emerge outra imagem que em solidão errante me fez companhia, áspero amor, que escoltou minha viagem e só a lua restou por fantasia. Após a chuva e um coração partido, feito um relâmpago surge a ilusão eis que vislumbro no instante devido sinais temerosos de uma nova paixão. Como o vento norte que não tem barreiras outra breve miragem vejo em minha vida sem rosto, sem alma e de qualquer maneira, mal chega, desliza e já é a partida. Percebo, adiante, qual ferro em brasa, o vulto do amor que veio e passou, não sem antes me levar as asas que a onda indócil da desilusão ceifou. No outro canto há um lugar vazio dos momentos poucos que não pude colar trago-os na lembrança como o saldo frio de uma ausência viva e de muito esperar. Tento, ao final, definir a imagem que a vida me deu e o tempo esculpiu o espelho reflete emoção e coragem no rosto que amou, viveu e sentiu. Basilina Pereira

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