QUISERA
Quisera te encontrar na primavera
num crepúsculo casual feito quimera
e seguir de mãos dadas pelos campos,
evocando perto e longe os pirilampos.
Sorver as sensações doces e quentes
que percorrem a alma, corpo e mente,
quando a paixão explode em tarde calma
colher o fruto que nasceu da palma.
Quisera te seguir nas tardes tortas,
abrir janelas e fechar as portas,
quando o verão acende os poros, confiante,
e ser tua gueixa, concubina, eterna amante.
Secar tuas lágrimas com a luz do luar,
ser o teu fogo até o inverno passar,
tocar a harpa, se te sentir triste
e descobrir que o outono não existe.
Quisera viver contigo toda a vida
com a simplicidade complicada e esquecida
dos amantes que valsaram à luz do dia
sobre as rimas e o encanto da poesia.
Basilina Pereira
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