Tenho
um fascínio pelos livros,
a
começar pela capa,
onde
tento ver, pelo avesso,
como
seria um dia de sol
batendo
nas geleiras do Ártico,
enquanto
os salmões escrevem o poema de suas vidas
entre
um salto bem sucedido
e
a arcada dentária de um urso faminto.
Depois
vêm as orelhas,
que
degusto, com perspicácia,
tentando
identificar o sabor de cada palavra
que
me antecipa a natureza da viagem.
Por
último, o mergulho.
Nunca
se sabe o tamanho do risco,
mas
uma coisa é certa: ninguém volta o mesmo
depois
de salvar as palavras
do
esquecimento e da solidão.
Basilina Pereira
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