domingo, 16 de abril de 2017

O BOSQUE


O teu sorriso talhado em pedras,
a rosa presa no olho da tarde,
a haste do afeto sem folhas, sem chão.
Minha incerteza pousada no silêncio da tarde
e tua voz, calada e tesa,
perdida no bosque de minha lembranças.
O dia segue preso, como a indicar o caminho
entre os bosques de galhos secos e perguntas
que desfio para tecer o manto
onde bordarei minha solidão.
Mantenho assim: abraçada ao regaço de uma espera
que me faz querer todo o viço das rosas
no brilho do teu olhar que mira, mas não me vê mais.


Basilina Pereira

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