ROTINA
O dia amanhece calado,
o quarto espreguiça uma boa
segunda-feira,
a cozinha espera por aquela mão
artífice
que vai emoldurar o café,
expor as xícaras na posição certa
e, se o tempo permitir, ventilar
alguns ovos
com aroma de manteiga e pão.
O jardim reclama do sol: conversa
mole,
ontem teve chuva, apesar de hoje
a torneira lacrimejar apenas
alguns pingos.
A rua começa a conversar com os
carros,
ninguém acorda impunemente:
o filho a caminha da escola
soletra quiosques no seu verbete
infantil
e meu coração não soletra nada.
É só mais uma manhã
entalhada num totem de afazeres.
Basilina Pereira
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