Dentro do espelho busco a resposta,
mas só o tempo levará os temores
que ele mesmo incrustou na parede.
Procuro os longos bicos que buscaram o néctar
naquelas manhãs de um abril azulado,
quando as flores ainda se sentiam livres
porque do seu perfume as abelhas sabiam.
A minha pele avisa que o seu brilho pode apagar,
mas as batidas do coração seguem no ritmo da infância
e dos dias ensolarados
que sacudiam as copas das árvores.
Difícil é o trajeto das folhas entre a seiva e o cansaço.
Só mesmo um olho treinado para o espanto
conseguirá sobrevoar o momento da queda.
Basilina Pereira.
PS: Este poema está no meu terceiro livro; TEMPO CONTÁRIO, Ed. Verbis, 201q.
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