PARÓDIA HUMANA
Acordo com os vestígios da noite e eles me fogem
com a indiferença própria das sombras.
Será mesmo que sonhei
ou foi só imaginação?
Da minha mente emergem imagens
que, se não fossem tão duras, seriam fantoches.
Vejo um vazio de emoções
e, à minha volta, olhos indiferentes
vagueiam, autômatos,
engastados em rostos de mudez insustentável.
Paro e penso: quanto de mim
resistirá a esse tremor volátil que me assola?
Como definir o que me vai na alma,
se estou desprovida de sentido pleno?
Uma sensação remota me coage,
quer a essência do meu ser
e não esse acúmulo de
trapos
cosidos uns aos outros pelo avesso.
Ainda faço parte da paródia humana
que, em desalento, vejo reverberar?
Como janelas sobrepostas,
vou abrindo frestas na escuridão.
Será que alguém me entende?
Basilina Pereira
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