PENSAMENTOS GRATUITOS
Uma ideia vaga me ronda,
insossa,
resquício de épocas remotas:
a resistência da paixão
até parece um vento suicida
crestado numa brecha de fraqueza
no momento em que os olhos se beijam
e a tristeza recolhe-se ao seu vazio.
É quando eu me pergunto:
de onde brotam
tantos pensamentos gratuitos
dispostos a desnudar essa chama
sem véspera, culpada,
de tantos pecados ocultos
no âmago do momento?
Será que a culpa brota do ato de lavar a mãos?
Por que então o sol se põe?
Um crepúsculo pra ninguém?
Basilina Pereira
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