OUTONO NO PARQUE
Meu outono confunde-se com o parque.
Sentimentos pisam o tapete dourado,
aquele chão bordado de folhas,
que, no porta-passos da emoção,
tenta descobrir por que há tantos lugares vazios.
As árvores só observam...
E meus pensamentos voam atrás das palavras
ou traços de lembranças
de uma paixão que viu tremerem aqueles bancos
que hoje repousam sob um amarelo-esquecido,
que nem parece descendente do sol.
E a quietude do ar se mescla a minhas lembranças.
Inverto o olhar...
Tento descobrir sob a minha pele
uma última flor derramada do verão,
uma única flor...
que possa exalar algum perfume
capaz de fazer do silêncio uma canção.
Basilina Pereira
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