O poema está órfão,
o poema está mudo,
o poema está atônito,
quebrado
na origem, impedido de nascer
Ventos
de longe me pedem que escreva
sobre
um pedaço da tarde,
sobre
o passado recente, o futuro remoto,
ou
qualquer coisa que traga de volta o sol ao reinado dos dias,
mas
todo meu ser se ressente
e
arrepia diante do ninho de serpentes
onde a
hidra se abriga.
Parada
no tempo pergunto:
a que
deuses apelar, para que a Ética e a Moral
retornem,
redimidas,
e a
poesia possa enfeitar a vida
com
beleza, decência e Justiça?
Basilina Pereira
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