domingo, 11 de junho de 2017

REDENÇÃO

REDENÇÃO

O poema está órfão,
o poema está mudo,
o poema está atônito, 
quebrado na origem, impedido de nascer
Ventos de longe me pedem que escreva
sobre um pedaço da tarde,
sobre o passado recente, o futuro remoto,
ou qualquer coisa que traga de volta o sol ao reinado dos dias,
mas todo meu ser se ressente
e arrepia diante do ninho de serpentes
onde a hidra se abriga.
Parada no tempo pergunto:
a que deuses apelar, para que a Ética e a Moral
retornem, redimidas,
e a poesia possa enfeitar a vida 
com beleza, decência e Justiça?

Basilina Pereira


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